No filme “Caminho da Liberdade” o cineasta Australiano Peter Weir capturou como poucos o desespero de um grupo de fugitivos de um campo de concentração na Sibéria caminhando pelo deserto de Gobi. O sol escaldante, a areia quente, os lábios rachados e a visão turva pela desidratação e a sede estão tão claramente retratados em alguns minutos de filmagem, que o espectador sente ímpetos de se levantar da poltrona e tomar um copo d’água ou uma cerveja gelada para aliviar a sede!!
Conseguimos nos colocar no lugar daquele grupo de fugitivos e torcemos para que o poço que encontram pelo caminho tenha água límpida. Se pudéssemos entrevistá-los, com certeza nos dariam um relato marcante tanto do sofrimento que foi a travessia pelo deserto como do alívio imenso conferido pela água do poço.
Entretanto, o poço representa o final do trajeto? O final de seu sofrimento? Certamente que não! Mas seu encontro permitiu que eles tivessem o alívio necessário para continuar a caminhada e chegar ao seu destino. Dessa forma, o poço se revela não como o término, mas como um ponto crucial que proporcionou o respiro necessário para enfrentar os desafios restantes da jornada.
Experiência negativa de sede do paciente
A experiência do paciente que passa por uma cirurgia é semelhante a desses prisioneiros fugitivos. Eles relatam que a sensação é de atravessarem um longo e interminável deserto! Sem auxílio, sem poço no meio do caminho.
Como sabemos isso? Porque entrevistamos não um, ou dois pacientes, mas centenas deles. O relato é sempre o mesmo: doloroso, intenso, traumático até.
Quando vamos começar a ouvir os relatos em relação à experiência negativa de sede do paciente?
Nos próximos Blogs vamos abordar alguns aspectos importantes sobre como repensar nossa abordagem em relação a sede, incluindo a experiência do paciente sob diversos aspectos. Dentre eles, como o Manejo da Sede pode se tornar um diferencial na assistência.
Não perca!!! Vamos repensar alguns de nossos paradigmas???
Até lá