Se não identificarmos que um paciente sente dor, não podemos nem iremos tratá-la. A sede, por sua vez, não é identificada com intencionalidade pelos profissionais de saúde! Em consequência, o paciente seguirá sofrendo com esse desconforto. Importância de identificar a sede, vamos falar sobre isso?
Então o primeiro passo para identificá-la é termos consciência que esse paciente tem alto risco para desenvolver a sede! A prevalência de sede no pós operatório, por exemplo, varia de 75% a 96% ! Este não é um número que possamos negligenciar, concorda?
Mas como fazer para identificar a sede, já que é um sintoma tão subjetivo?
Vamos pensar em uma criança pequena com dor. Observamos seu choro, a expressão contraída no rosto, a reação quando a tocamos. Quando um paciente sente sede também é assim!! Há sinais muito claros que ele está desconfortável, não devido à dor, ou à náusea, mas porque está com sede. Lábios esbranquiçados. Movimento de umedecer o lábio com a língua. Saliva grossa. Tentativas repetidas de deglutição. Lábios ressequidos. O segundo passo, então, é observar os sinais!
Em terceiro lugar é sabermos que precisamos quebrar o silêncio do paciente em relação à sede.
Ah, porque na verdade, embora os pacientes no pré, pós operatório, em terapia intensiva sintam sede de forma muito intensa, muitas vezes eles ficam em silêncio!!! Pesquisas mostram que de 100 pacientes, 75 irão sentir sede e somente 12 desses irão falar espontaneamente para a equipe que estão com sede. Isso se deve parcialmente às orientações que recebem da equipe dizendo que não poderão beber água em hipótese nenhuma e também à mitos que o próprio paciente possui.
Em resumo, a importância de identificar a sede, se você submeter-se a uma cirurgia como milhares de pacientes que já cuidamos, vai desejar que a equipe ao seu lado:
- Saiba que você tem alto risco para desenvolver sede e esteja atento para identificá-la
- Busque reconhecer os sinais que você está com sede
Quebre seu silêncio fazendo uma simples pergunta: E aí? Você está com sede?